A Nova Cidade Flutuante em Manaus

Cidade flutuante na boca do Tarumã-Açu. Foto: Reylloc, julho/2024.

Hoje, uma verdadeira cidade de flutuantes está formada na boca do Rio Tarumã-Açu, atrás do Condomínio dos Passarinhos, em Manaus. Embora a Justiça já tenha decidido pela sua retirada, o poder público parece relutar na execução da sentença. Até quando?

Gradativamente, casas flutuantes feitas de madeira foram se instalando na confluência do Rio Tarumã-Açu com o Rio Negro. No início, em data ignorada, eram empreendimentos para servir peixe cozido ou frito no meio do rio, àqueles que por ali passavam em barcos, rabetas, jet-skis e outras embarcações. Depois, vieram outros com o mesmo propósito. Mais os que construíram abrigos para guardar embarcações à beira do rio.  E mais aqueles que descobriram que ali era um local ideal para moradia, farto em água e pesca, sem ônus para instalação. Claro, logo chegaram as consequências, pois toda a sorte de dejetos passara a ser lançado nas águas, degradando a imensa área e prejudicando a beleza e a naturalidade do meio ambiente. Quando a coisa se avolumou, o Ministério Público moveu Ação Civil Pública para retirar os ocupantes inoportunos.  

O Juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente, sensível à problemática instalada, decidiu, em 29 de fevereiro de 2024, pela remoção em procedimento de liminar. Determinou, em primeiro momento, o desmonte das estruturas abandonadas existentes no local. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMMAS é o órgão responsável por executar a decisão tomada num ano eleitoral, sob ameaça de multa de 15 milhões. A Justiça também ordenou que a Polícia Militar – PM ajude na retirada dos flutuantes. No entanto, o problema continua instalado.

Dezenas de flutuantes ali continuam poluindo as águas, atraindo novos moradores, poluindo o meio ambiente, prejudicando a mobilidade das embarcações e o belo cenário. Pergunta-se: até quando permanecerá essa situação que atrai novos transgressores? Talvez com os novos ares do ano de 2025 algo possa ser feito para resolver isso. Entenda-se estas palavras como um apelo às autoridades pelo bem de toda a população que reside nas proximidades do local, e que não é pequena, e permanece ansiosa por uma solução. Os moradores afirmam ser indesejável uma nova cidade flutuante na entrada do Rio Tarumã-Açu.