Amazônia Azul
- Reylloc
- 4 de fev.
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Atualizado: 7 de fev.
Concebe-se como Amazônia Azul uma região do oceano Atlântico que se estende ao longo da costa do Brasil, suas hidrovias e águas interiores. Corresponde a uma extensa área abrangida pela Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira – até 200 milhas náuticas a partir da linha de base do litoral do país (3,6 milhões de km²), pela plataforma continental (900 mil km²), além do mar territorial (incluído na ZEE), suas hidrovias e águas interiores. Somadas, a ZEE e a plataforma continental, representam cerca de 4,5 milhões de km² no ocidente do Atlântico Sul. Essa região é considerada uma das mais ricas e diversificadas do planeta em termos de biodiversidade marinha. A denominação “Amazônia Azul” emerge de um conceito político-estratégico que sem dúvidas faz referência às áreas primordiais de interesse nacional.

Há alguns anos, desde 2004, o Brasil reivindica junto à ONU a ampliação dessa faixa marítima em cerca de 2,1 milhões de km², a chamada extensão da plataforma continental, o que poderia permitir expandir o setor pesqueiro e obter mais vantagens econômicas e científicas. Até junho de 2019, somente 170 mil km² foram aceitos para serem incorporados à Plataforma Continental Brasileira, na Região Sul. No caso do pleito brasileiro ser atendido, a soma da ZEE com a extensão da plataforma continental passaria a ser de 5,7 milhões de km².
Toda esta área é caracterizada por abrigar uma vasta diversidade de espécies, incluindo peixes, moluscos, crustáceos e mamíferos marinhos: peixes como o Baiacu, o Pirarucu e o Tambaqui; mamíferos como o Boto, o Tucuxi e o Leão-marinho; a tartaruga-verde e a tartaruga-de-pente; o coral-branco e o coral amarelo; a Lula-gigante, o polvo-gigante e o cavalo-marinho. É também o lar de alguns dos mais importantes recifes de coral do Atlântico Sul. Seus manguezais são importantes habitats para muitas espécies de peixes, crustáceos e aves. A região é uma importante fonte de recursos pesqueiros, minerais e energéticos para o Brasil.
Representam desafios e ameaças para a área, a poluição por óleo, plásticos e outros resíduos. A pesca excessiva e ilegal coloca em risco a sobrevivência das populações de peixes e outros recursos marinhos. Entende-se também que alterações no clima estão afetando a temperatura e a química do oceano, o que pode ter impactos negativos na biodiversidade do local.
A fim de enfrentar os desafios e ameaças para a área foram criadas várias unidades de conservação, incluindo parques nacionais e reservas marinhas. Entre elas, tem-se: o Parque Nacional Marinho de Abrolhos (Bahia), a Reserva Biológica do Atol das Rocas (Rio Grande do Norte), a Reserva Biológica de Fernando de Noronha (Pernambuco), unidades federais; o Parque Estadual Marinho de Itacaré (Bahia), a Reserva Estadual de Ponta de Nossa Senhora (Ceará), o Parque Estadual Marinho do Ceará (Ceará), unidades estaduais; e as áreas protegidas privadas como a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de Fernando de Noronha e a RPPN do Atol das Rocas. Tem se procurado desenvolver a gestão pesqueira, fator importante para garantir a sustentabilidade dos recursos pesqueiros. Ao mesmo tempo que se divulga as iniciativas de conservação procura-se educar e conscientizar da necessidade fundamental de promover a conservação e a gestão sustentável da Amazônia Azul.
Excelente artigo sobre o Palacete Provincial. Quanta riqueza cultural, quanta diversidade de informações reunidas num só local. CFC