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Após 2 meses de cheia tímida, rio Solimões seca há 4 dias

O chamado repiquete, comum nesta época, explica as idas e vindas da água.

Leito do Rio Solimões, em Tabatinga. Foto: Redação do BNC Amazonas, 19/01/2025 18:15
Leito do Rio Solimões, em Tabatinga. Foto: Redação do BNC Amazonas, 19/01/2025 18:15

Por Adríssia Pinheiro*


O rio Solimões, em Tabatinga, no norte do Amazonas, enfrenta neste dia 19 de janeiro uma fase de quatro dias seguidos de vazante após boa recuperação do seu reservatório de água durante aproximadamente dois meses.

 

Esse fenômeno, muito comum na Amazônia, é conhecido como repiquete. Ele se caracteriza pela alternância inesperada entre períodos de subida e descida das águas.

 

Em novembro de 2024, o Solimões passou por uma recuperação notável após a seca histórica que o levou à cota de -0,94 metro.

 

O nível subiu consideravelmente entre os dias 1º e 21 de novembro, mas de forma não uniforme.

 

Houve um repiquete de 11 a 21 de novembro, quando o rio baixou 1,13 metro, evidenciando instabilidade na tão esperada saída da segunda seca histórica do Solimões na tríplice fronteira do país com Colômbia e Peru.

 

Após esse repiquete, o Solimões experimentou seu melhor momento de saída da vazante severa.

 

De 22 de novembro a 15 de janeiro deste ano, a cota do rio foi de 1,77 metro a 9,13 metros. Ou seja, uma subida da água de 7,36 m.

 

Nos últimos quatro dias, contudo, o nível da água voltou a cair, segundo a medição no porto de Tabatinga.

 

Dessa forma, de 16 a 19 de janeiro, o rio perdeu 32 centímetros de água. A expectativa é que isso represente tão somente um passageiro repiquete.

O repiquete é uma constante na região, impactando a vida das comunidades ribeirinhas. Elas dependem do fluxo do Solimões para atividades como pesca e transporte.

 

Chuvas

Em Tabatinga, a média mensal de precipitação de chuva para janeiro é de 329 milímetros, mas até o dia de hoje (19), foram registrados apenas 39, o que representa 12% da média esperada.

 

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, esse comportamento atípico pode ser explicado pelo fenômeno El Niño, que altera os padrões climáticos e reduz a quantidade de chuvas na região.

 

Apesar disso, a região espera que as chuvas, escassas neste momento, sejam mais intensas até o início de fevereiro.

 

*Adríssia Pinheiro, da Redação do BNC Amazonas, 19/01/2025 18:15

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