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Eirunepé.

Atualizado: 25 de mar.

Foto: Internet/Divulgação
Foto: Internet/Divulgação

Localizada no sudoeste do Amazonas, a cidade de Eirunepé se destaca como um importante centro sub-regional do estado. Situada a aproximadamente 1.160 km da capital, Manaus, a cidade pertence à Microrregião do Juruá e à Mesorregião do Sudoeste Amazonense. Com uma população estimada em 31.364 habitantes em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eirunepé ocupa uma área de 15.832 km², sendo um dos municípios mais populosos de sua microrregião. Seu acesso é restrito a meios fluviais e aéreos, devido à densa floresta amazônica que domina a paisagem.


A vegetação predominante do município é a Floresta Amazônica, caracterizada por sua rica biodiversidade. Em 2010, sua taxa de urbanização era de 72,32%, o que demonstra um significativo processo de urbanização, apesar do isolamento geográfico. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município é de 0,662, considerado médio para os padrões do estado. A ausência de rodovias que conectem Eirunepé a outras cidades reforça a dependência do transporte fluvial e aéreo, tornando a logística e o escoamento de produtos desafios constantes para a economia local.


A história de Eirunepé remonta ao início do século XIX, quando nordestinos, fugindo da seca e atraídos pelo Ciclo da Borracha, chegaram à região. A extração do látex foi o grande motor econômico da época, transformando a cidade em um importante polo seringueiro. Além dos nordestinos, a região também recebeu imigrantes de diferentes nacionalidades, como portugueses, espanhóis e turcos, que contribuíram para a formação cultural e social do município.


Os primeiros habitantes brancos da região foram trazidos por Felipe Manoel da Cunha, um dos pioneiros na exploração do seringal. A escassez de mulheres brancas levou muitos desses homens a se casarem com indígenas da tribo Kulinaã, o que gerou conflitos internos. Parte da tribo aceitou essa miscigenação e passou a ser chamada de Kulinas, enquanto aqueles que resistiram à presença dos brancos ficaram conhecidos como Kanamari. Esse processo de ocupação deixou marcas profundas na cultura e na identidade do povo de Eirunepé.


Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a cidade recebeu um novo fluxo migratório, desta vez de europeus fugindo dos conflitos em seus países. Muitos desses imigrantes, atraídos pela prosperidade do setor seringueiro, se estabeleceram na região, dedicando-se à agricultura e ao comércio. No entanto, com o declínio da borracha, devido à concorrência asiática e ao desenvolvimento de borrachas sintéticas, a economia de Eirunepé sofreu um forte impacto. Algumas famílias migraram para Manaus e outras capitais em busca de novas oportunidades, enquanto muitos permaneceram, vivendo da agricultura de subsistência e da extração florestal.


A diversidade étnica e cultural da cidade resultou em uma sociedade de costumes próprios, marcada pela fusão de influências indígenas, nordestinas e europeias. Esse caldeirão cultural reflete-se em aspectos como a culinária, as festas populares e as tradições orais passadas de geração em geração. A pesca e a caça, herdadas dos indígenas, ainda são atividades fundamentais para a população local, enquanto o comércio e o serviço público impulsionam a economia urbana.


A cidade, que já foi chamada de São Felipe, está situada às margens do Rio Juruá, próximo à foz do Rio Tarauacá. Seu desenvolvimento inicial ocorreu no antigo seringal Eiru, propriedade de Felipe Manoel da Cunha, cujo nome inspirou a denominação atual do município. A valorização da borracha, nas primeiras décadas do século XX, trouxe prosperidade à região, mas seu declínio colocou desafios para a economia local, levando a cidade a buscar alternativas de desenvolvimento sustentável.


Atualmente, Eirunepé enfrenta desafios como a necessidade de melhores infraestruturas de transporte, educação e saúde. No entanto, seu potencial turístico, baseado na exuberância da Floresta Amazônica e na cultura local, abre novas perspectivas para o futuro. Com investimentos adequados e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável, o município pode consolidar-se como um importante polo regional, preservando sua rica história e tradição enquanto avança rumo ao progresso.

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