Recanto dos Buritis, por Rui Guimarães Junior
- Reylloc
- 15 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de jan.

Às margens da AM-010 está o Balneário Municipal Recanto dos Buritis, banhado pelo Rio Preto da Eva e localizado na cidade homônima. A área urbana da cidade surgiu ao redor do balneário, pois, no passado, muitos migrantes nordestinos se estabeleceram ali, construindo casas e comércios. Desde então, o Recanto dos Buritis faz parte da vida de todo riopretense.
Seja aquele que trabalha na jornada 7x0 e não tem tempo para ir, seja o morador da zona rural ou aqueles que vivem nas áreas centrais, todos, já desenvolveram a rotina de passar por lá. Todos carregam uma memória especial do balneário de águas cálidas. Quem sabe um domingo de sol inesquecível; o primeiro beijo; ou uma reunião com amigos depois de um racha de vôlei nas quadras ali existentes. Até mesmo as despedidas marcantes, afinal o Terminal Rodoviário Senador Arthur Virgílio Neto se situa após e junto ao rio.
Vislumbrar aqueles pés de buriti, na margem oposta do rio. Árvores que já existiam, no mínimo, desde antes de 1980. Cujos frutos, abundantes, ainda hoje podem ser degustados quando caem no chão. Andar na AM-010, sem calçamento, com os carros correndo ao lado. É parte desse ritual de ir viajar para Manaus ou qualquer outro destino.
A praia natural do balneário, de tempos imemoriais, também faz parte da mística. Por mais que os banhistas tentem se limpar da areia depois do banho, o Recanto dos Buritis nunca os abandona. Como carrapicho apegado ao tecido, ele deixa suas marcas, os grãos de areia que unem cada pessoa em uma grande raiz cultural.
Ter uma conexão homem-lugar assim, criada há pouco tempo, é algo raro. Em um mundo cada vez mais centralizado e distante dessas vivências, o Recanto dos Buritis é um exemplo de como esses laços moldam identidades e preservam memórias que o tempo não apaga.
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