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Uruá-Tapera: O Conflito entre a luz e treva

Por Rodrigo Xavier



Em uma época não muito distante, no coração da Amazônia, havia um povoado encantado chamado Uruá-Tapera, onde as árvores dançavam ao sabor do vento e os rios sussurravam segredos antigos. Este lugar era abençoado por Tupã, o grande espírito da floresta, que havia criado seres sobrenaturais para proteger a natureza e ensinar os povos a viver em harmonia com o mundo ao seu redor.


A cidade, rica em minérios e tesouros ocultos, era um lar para os uruá-taperenses, que viviam em comunhão com a terra. No entanto, a ganância de alguns começou a devastar as florestas exuberantes, e a fúria de Tupã despertou. Em meio a essa turbulência, José Francisco, um líder destemido e sábio, levantou-se para proteger sua terra e seu povo, lutando contra aqueles que desrespeitavam a vida da floresta.


Mas, como toda história tem seus vilões, surgiu Wander Trovão, um conspirador astuto e valente, que desejava tomar o poder para si e escravizar os habitantes de Uruá-Tapera. Sua ambição era tão grande que ele não hesitaria em usar qualquer meio para alcançar seus objetivos, mesmo que isso significasse desafiar a vontade de Tupã e seres místicos celestiais.


Nesse cenário de tensão e conflitos, um jovem curumim chamado Gustavo Pereira tornou-se o contador de tais história. Com olhos curiosos e coração valente, ele narra as aventuras e os sofrimentos de seu povo, sempre atento às manifestações naturais e sobrenaturais que cercavam a batalha entre José Francisco e Wander Trovão.


Gustavo relata a aparição de Boiuna, a temida cobra de fogo, que surgiu nas águas turvas do velho rio Trombetas. Conhecida como a cobra grande, ela possui o poder de manipular o tempo e o espaço, e seu silvo ecoa pela floresta como um aviso: aqueles que desrespeitam a natureza e suas leis enfrentarão consequências terríveis. A Boiuna torna-se um símbolo de resistência e proteção, unindo-se a José Francisco na luta contra a tirania de Wander Trovão.


Outros seres celestiais dotados de sabedoria e poder, descem à Terra para lembrar os humanos da importância de viver em harmonia com a floresta. Eles trazem consigo a magia dos encantos da Sereia do rio Cuminá, o mistério do Mapinguari e a capacidade de se transformar em criaturas, como o Boto e outros seres encantados.


Entretanto, a paixão e a sedução também permeiam essa narrativa, criando uma rede de intrigas e desejos que alimentam os conflitos em Uruá-Tapera. Os espíritos da floresta, sempre vigilantes, abençoam aqueles que respeitam a natureza, mas não hesitam em eliminar qualquer um que ouse se aproximar dos tesouros místicos que Tupã criou.


Assim, a lenda de Uruá-Tapera se desenrola, revelando um espetáculo mitológico onde a luta entre a luz e a treva, entre a preservação e a destruição, se torna o pano de fundo para as aventuras de Gustavo, José Francisco, Wander Trovão e a poderosa Boiuna.


Continua...


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