A ESTRADA QUE NÃO TOMEI
- Reylloc
- 11 de mar.
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Robert Frost (1875 -1963)
Foi um dos mais destacados poetas americanos do século XX. Seus poemas falam da solidão e da melancólica transitoriedade da vida. Combinou em seus versos o popular e o moderno, o local e o universal, com uma capacidade notável de dar um tratamento simples e ao mesmo tempo profundo a temas elementares. Sua percepção, pode-se dizer filosófica, o leva a tirar verdadeiras lições de moral de valor universal aplicáveis ao dia a dia, nem sempre otimistas, com base em suas observações do mundo natural. Recebeu quatro prêmios Pulitzer.
Duas estradas bifurcavam num bosque amarelado
E eu por não poder em ambas viajar, lamento
E sendo um viajor, longamente fiquei parado
E por haver numa o olhar, quanto pude, demorado
Até onde ela dobra na macega vi atento.
Então, tomei a outra que não menos agradava
E tendo talvez a melhor terra para semente,
Por que era herbosa e de uso necessitava,
Posto que para isso passando por lá se notava
Terem-na do mesmo modo, usado realmente
E ambas, naquela manhã, igualmente conservadas
Nas folhas nenhum passo de calçado havia pisado
Ah! guardei para outro dia a primeira das estradas!
Contudo, sabendo como conduzir as caminhadas
Eu duvidei se deveria jamais ter voltado.
Com um suspiro, dizendo isto, muito longe estarei
A séculos, em algum lugar, daqui:
Duas estradas bifurcavam em um bosque, e olhei
A menos transitada foi justamente a que tomei
E isso motivou toda a diferença até aqui.
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Tradução de Gerardo Collyer Lopes, com Luz, Paz e Amor. Dezembro de 1990.
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