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A ESTRADA QUE NÃO TOMEI

A estrada que não tomei. Foto: STK-20250311-WA0006 (1).web. 11/03/2025.
A estrada que não tomei. Foto: STK-20250311-WA0006 (1).web. 11/03/2025.

Robert Frost (1875 -1963)


Foi um dos mais destacados poetas americanos do século XX. Seus poemas falam da solidão e da melancólica transitoriedade da vida. Combinou em seus versos o popular e o moderno, o local e o universal, com uma capacidade notável de dar um tratamento simples e ao mesmo tempo profundo a temas elementares. Sua percepção, pode-se dizer filosófica, o leva a tirar verdadeiras lições de moral de valor universal aplicáveis ao dia a dia, nem sempre otimistas, com base em suas observações do mundo natural. Recebeu quatro prêmios Pulitzer.

 

Duas estradas bifurcavam num bosque amarelado


E eu por não poder em ambas viajar, lamento


E sendo um viajor, longamente fiquei parado


E por haver numa o olhar, quanto pude, demorado


Até onde ela dobra na macega vi atento.


Então, tomei a outra que não menos agradava


E tendo talvez a melhor terra para semente,


Por que era herbosa e de uso necessitava,


Posto que para isso passando por lá se notava


Terem-na do mesmo modo, usado realmente


E ambas, naquela manhã, igualmente conservadas


Nas folhas nenhum passo de calçado havia pisado


Ah! guardei para outro dia a primeira das estradas!


Contudo, sabendo como conduzir as caminhadas


Eu duvidei se deveria jamais ter voltado.


Com um suspiro, dizendo isto, muito longe estarei


A séculos, em algum lugar, daqui:


Duas estradas bifurcavam em um bosque, e olhei


A menos transitada foi justamente a que tomei


E isso motivou toda a diferença até aqui.


_______


Tradução de Gerardo Collyer Lopes, com Luz, Paz e Amor. Dezembro de 1990.



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