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Cartola – O mundo é um moinho (1976)

(O contexto em que surgiu e se projetou)

 

Esta bela música, “O mundo é um moinho”, foi composta em 1943, pelo talentoso sambista Cartola – Angenor de Oliveira - para sua filha adotiva, Creusa, quando soube que ela estava saindo de casa. Há versões de que ela estava tendo um caso com um homem bem mais velho, outras de que estava se prostituindo – todas desmentidas pelas filhas dela. Nos versos, Cartola expõe preocupações de um pai, típicas do pensamento em vigor na época. A produção está classificada como do gênero samba e pagode.


A composição é de 1943, quando o autor enfrentava uma série de problemas pessoais e financeiros que o obrigaram a vender vários sambas para sobreviver, sem que preservasse sua autoria. Durante muitos anos ganhou pouco dinheiro e não gravou sequer um disco. A música só foi lançada e divulgada em 1976, quando ficou conhecida. Depois foi regravada por vários cantores, fazendo muito sucesso.  


A Letra transmite uma mensagem carregada de metáforas, aconselhando sobre a vida nesse mundo e o que se deve esperar dele. Expressa as preocupações de um pai para com uma filha, com suas paixões e escolhas.


Em meados de 1940, quando foi composta, ainda transcorria o período da Segunda Guerra Mundial e o Brasil vivia a Ditadura Vargas. Quando lançada a música, em 1976, era Presidente Ernesto Geisel e nesse ano morreram os ex-Presidentes João Goulart, na Argentina, e Juscelino Kubitschek, em acidente de carro. Segue a Letra:

 

Ainda é cedo amor

Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora da partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

 

Presta atenção, querida

Embora eu saiba que estás resolvida

Em cada esquina cai um pouco tua vida

Em pouco tempo não serás mais o que és

 

Ouça-me bem, amor

Preste atenção, o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho

Vai reduzir as ilusões a pó

 

Preste atenção, querida

De cada amor, tu herdarás só o cinismo

Quando notares, estás à beira do abismo

Abismo que cavaste com teus pés

 

Ainda é cedo, amor

Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora de partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

 

Preste atenção, querida

Embora eu saiba que estás resolvida

Em cada esquina cai um pouco a tua vida

Em pouco tempo não serás mais o que és

 

Ouça-me bem, amor

Preste atenção, o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho

Vai reduzir as ilusões a pó

 

Presta atenção, querida

De cada amor, tu herdarás só o cinismo

Quando notares, estás à beira do abismo

Abismo que cavaste com teus pés

 

Para ouvir essa canção clique aqui: https://tinyurl.com/2wbzxtbv   

 



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